Férias produtivas. Esse é o propósito do curso de Informática Básica ofertado aos adolescentes das Casas de Semiliberdade São João Batista, Letícia, São Luís e Planalto da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Doze jovens dessas casas, todas na Região de Venda Nova, estão frequentando as aulas todas as manhãs no Telecentro do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Apolônia, no bairro Jardim Leblon.

aSEDS3

O curso começou no último dia 13 e vai até a primeira semana de agosto. A iniciativa é da Diretoria de Formação Educacional e Profissional (DFP) da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), em parceria com a Prodabel, empresa de processamento de dados da Prefeitura de Belo Horizonte.

Segundo a gerente de DFP/Suase, Fernanda Reis Pedro, o curso foi formatado para caber no período de recesso escolar dos garotos, com conteúdo apropriado o mercado de trabalho.

Os adolescentes foram divididos em duas turmas, com seis alunos cada. Com exceção de um menino, nenhum deles tinha feito esse tipo de curso anteriormente. O contato que tinham com computadores era mais livre, o que foi logo percebido pelo adolescente V.G., de 17 anos. ““Eu não sabia nada de planilhas, e descobri como é prático usá-las e como isso pode ajudar em várias coisas”, conta.

Segundo o professor do curso, Afonso Matias, o interesse dos adolescentes foi tão grande que o curso teve que se estender por mais uma semana. “Eu não esperava esse entusiasmo deles. São muito dedicados e a maioria tem muita facilidade de aprender”, diz Afonso.

Por ser uma turma exclusiva de jovens da semiliberdade, a DFP capacitou a coordenação do CRAS, técnicos, recepcionistas e guardas municipais para que compreendessem a importância do devido acolhimento desse público. No primeiro dia de aula, a equipe do CRAS preparou um café da manhã para receber os meninos, que também tiveram uma curta palestra sobre as normas de convivência e de respeito ao espaço do equipamento público.

De acordo com a assistente social do CRAS Nathalia Ventura, esse cuidado na recepção foi fundamental para o sucesso do curso Apolônia. “Vemos como uma nova possibilidade, um novo caminho para esses meninos. Entendemos que é um primeiro passo para tirar esse estigma deles, percebemos que eles têm interesse e podemos avançar”, afirma Nathalia.

Já a gerente Fernanda Pedro destaca como o conteúdo pode auxiliar os rapazes no mercado de trabalho “Eles têm muita facilidade no manuseio de celulares e tablets, mas poucos têm acesso a computadores. É uma introdução que visa identificar talentos nessa área e encaminhá-los para outros cursos como Manutenção de Microcomputadores, programação, entre outros. Quem tiver interesse e destaque será encaminhado para outros cursos na sede da PRODABEL.”.

Por Fernanda de Paula

Crédito foto: Marcelo Sant'Anna